Acomodar o ritmo
ao leve balanceio das folhas,
à brisa a fazer dançar matos e lameiros.
Acomodar a vida
ao penetrante faro do eucalipto,
à coloração das adelfas,
ao fôlego noturno da coruja.
Acomodar-me, por fim,
à abrupta dureza da pedra,
ao abismo e à vertigem,
ao rio e à sua corrente.
Acomodar o meu pulso ao da terra
antes de o barulho ocultar
sua voz e sua chamada.
© Texto: Isabel Miguel
© Tradução: Xavier Frias Conde
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