primeira nota de vega
olhamo-nos nos olhos:
apenas nos rodeia
o silêncio do que nascerão as palavras
ainda é cedo para serem pronunciadas
mas ela sabe quem sou
respira devagar
ainda o mundo não lhe ensinou
como acelerar os relógios;
a vida adormece nos seus olhos lentamente
com a minha mão amarrada
naquele momento cúmplice, íntimo, secreto
naquele vínculo vivo e nascente
germola a poesia
determinação
entre maços de papel com poemas tristes
sou um homem feliz
eternamente grato
entre maços de papel com poemas tristes
está a vida convosco
ante uma realidade distópica, desafiante,
refugio-me na poesia crítica
-sem largar a vossa mão-
então
volto ao lar
entre maços de papel com poemas tristes
fica o amor;
sumo
para vos alcançar a cada instante
e dedicar o meu tempo
a caminhar convosco
no coração puro,
neutro e singelo
da vida
entre reixas
por vezes saímos da prisão da nossa mente
e nunca encontramos
países, fronteiras ou ideologias:
apenas pessoas,
montanhas, peixes, mares e rios
compreendemos
que somos livres rodeados de aramados
a respirarmos o ar viciado
que nos mata lentamente
descobrimos
que uma parte de nós
saiu e conheceu a verdade
e muitos
por medo de afrontarem o mundo
e lutar contra as injustiças,
vestem de novo
a sua roupagem riscada
e
retornam
obedientes
à cadeia
olhamo-nos nos olhos:
apenas nos rodeia
o silêncio do que nascerão as palavras
ainda é cedo para serem pronunciadas
mas ela sabe quem sou
respira devagar
ainda o mundo não lhe ensinou
como acelerar os relógios;
a vida adormece nos seus olhos lentamente
com a minha mão amarrada
naquele momento cúmplice, íntimo, secreto
naquele vínculo vivo e nascente
germola a poesia
determinação
entre maços de papel com poemas tristes
sou um homem feliz
eternamente grato
entre maços de papel com poemas tristes
está a vida convosco
ante uma realidade distópica, desafiante,
refugio-me na poesia crítica
-sem largar a vossa mão-
então
volto ao lar
entre maços de papel com poemas tristes
fica o amor;
sumo
para vos alcançar a cada instante
e dedicar o meu tempo
a caminhar convosco
no coração puro,
neutro e singelo
da vida
entre reixas
por vezes saímos da prisão da nossa mente
e nunca encontramos
países, fronteiras ou ideologias:
apenas pessoas,
montanhas, peixes, mares e rios
compreendemos
que somos livres rodeados de aramados
a respirarmos o ar viciado
que nos mata lentamente
descobrimos
que uma parte de nós
saiu e conheceu a verdade
e muitos
por medo de afrontarem o mundo
e lutar contra as injustiças,
vestem de novo
a sua roupagem riscada
e
retornam
obedientes
à cadeia
© Texto: Jaime Lorente, 2018
© Tradução: Xavier Frias-Conde
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