GAIOLA
que necidade a dos meus ossos,
querer construir uma gaiola
para o calor dos teus dedos,
que necidade a tua
de coser as minhas costelas
com os teus dedos,
dói muito,
senti-los desesperados
com o desejo como médula,
esta magreza tem nome
e tem fame (...)
querer construir uma gaiola
para o calor dos teus dedos,
que necidade a tua
de coser as minhas costelas
com os teus dedos,
dói muito,
senti-los desesperados
com o desejo como médula,
esta magreza tem nome
e tem fame (...)
2015 - "poemas
después de Laclau"
CELHAS POVOADAS
... enquanto dormias hoje de manhã
precisei contar algo de ti
e descrever algo tão de teu e tão natural,
mas precisava contar algo que me supusesse um desafio,
as tuas celhas!
sim, as tuas celhas pretas, povoadas, desarrumadas
e visei contar cada febrinha das tuas celhas
e dei ouvidos ao mito do conjunto infinito
e com paciência para -turno médico-
comecei pela celha direita,
já contara onze febrinhas,
cheguei a dezaoito,
cheguei a vinte
e quando estava para chegar a vinte e seis
o miado agudo do gato (sinónimo de fame)
despertou-te...
e descobriste-me tão pertinho de ti,
beijaste-me na vint...
e nessa manhã foi impossível voltar
a contá-las...
2016 - "poemas después de
Laclau" 2015
AOS 33
Sempre foi assim,
à sombra das árvores
eram o seu abeiro,
o seu lar,
onde caminhar descalça
era permitido,
onde o sol
era evaporador de bágoas,
onde o vento
era parceiro de jogos,
onde a água
era espelho,
onde perguntar
era essencial,
onde o silêncio
era a resposta.
E é tudo quanto possui (...)
© Texto: Nataly Lalangui
© Tradução para português da Galiza: Xavier Frias-Conde
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