1969
Meu nome é região nesta viagem...
o tempo perfuma as sombras entre montanhas
as nogueiras reclinam-se para beber no rio bravo
desde a vertigem
Meu nome é região nesta viagem...
é hora de tomarmos banho sob a chuva
segurar-nos-emos as mãos
desde as beiras
Meu nome é região nesta viagem...
volto para o meu vazio preferido, o calor
ungida pela terra
como a tangente imortal ao finalizar o inverno transparente
NOVAS PRIMEIRAS VOZES
Surpreendeu-me um silêncio de coiotes
porque respirava a noite
porque eu era lua parda
e me despenteavam os saguaros tenros do caminho
como irmãos que te abraçam
Os meus lábios molharam-se em auréolas líquidas
pranto alegre da Sierra Madre que bebi.
Foi a colheita fresca do tejuino
a ferver nas bochechas.
Eu e minhas irmãs corremos.
Podias chamar-me do vazio dos nomes
porque chovia e rugia o meu coração
porque virara uma mulher sábia.
Tarde-Céu não deve ter estrelas
mas é deus quando ťe grita:
"És uma e eterna"
MOICANO
Emboscada
de costas e braços estendidos,
esses frenéticos continentes
entram em combate
o salto selvagem do impulso narrativo
o duelo dos olhares
o enfrentamento com o mais obscuro inimigo
é dizer, os velhos amantes
o inferno do esquecimento
o desejo de vingança
és o mortal que não perdoa
o primeiro despossuido
emanas do meu derradeiro ocaso
da paisagem do assédio
é tarde demais...
moicano esvaído
Vens exterminar-me!
© Texto: Gaby Ruiz
© Tradução: Xavier Frias-Conde
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