I
Um jardim de arestas mata-me os sóis neste desassossego de memórias que me prestas no esparzimento de vértices e nomes, como uma confabulação de costas para a presença incriada do amor, onde caía com os espelhos de geolhos em frente ao altar de metáforas murchas e isso, nesse ínterim da neurose, vira um dilúvio estendido entre redes marginalizadas como a única palmatória para o peito cruzado de bicos paridos com o máximo cuidado e alimentados com a mão que que me queima sob os beijos na casa desabitada.
II
Tão chocante, tão irrevogável como a drenagem do coração nas arestas: vestidos de outono, irreparável, aberto ao gira-noite, imparáveis na agulha da unidade.
Como se não existisse qualquer fuso que os retiver.
III
E este costume anacrónico de amontoar objetos inutilizáveis nas gavetas do desacougo até que todos juntos agoiram o que estava escrito: como um autómato de balor começa o êxodo dos sonhos estourados contra os barrotes da fortaleza de um berço, quimeras que deles faziam fumo na lassitude do nada.
© Texto: Àngela Moreno Gutiérrez
© Tradução: Xavier Frias Conde
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